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Iodo-131

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O iodo radioativo I-131, também chamado de radioiodo I-131, símbolo 131I é um isótopo radioativo do iodo.[1] Sua meia-vida de decaimento radioativo é de cerca de oito dias.[2]

I-131

É utilizado em medicina nuclear como terapia de hipertireoidismo e também na ablação da tireoide em tratamentos de câncer, além de ser utilizado como radiotraçador em exames de cintilografia da tireoide. A administração do I-131 geralmente é complementar a remoção cirúrgica da glândula tireoide e acontece por via oral na forma líquida ou em cápsula. Existe uma variação na dose de tratamento que alcança valores que vão de 30 a 150mCi para a remoção das células que persistiram após a retirada cirúrgica. O baixo custo, ausência de dor, eficácia e fácil administração são vantagens do iodo radioativo que exercem impacto direto sobre a vida do paciente. O radioiodo I-131 é um radionuclídeo com emissão β- e atividade ionizante capaz de induzir a morte celular, provocar novo câncer em outros tecidos e produzir efeitos teratogênicos sobre o feto em gestantes, devido a magnitude da atividade requerida pelo tratamento, geralmente em dose única. Quando administrado por via oral em solução de iodeto de sódio, o iodo é rapidamente absorvido, concentrado e incorporado pela tireoide nos folículos de armazenamento.

O emprego do iodo-131 é baseado no fato de a maioria das células neoplásicas manter, ao menos parcialmente, a capacidade de concentração do iodo através do sistema de co-transporte sódio-iodo (NIS). A dose de radiação absorvida no tecido depende da concentração e do tempo de permanência do iodo-131 nas células, pois a maior parte de sua irradiação provém das partículas β, e tem um alcance extremamente limitado (90% da energia é absorvida em um raio inferior a 1mm). Além da própria função celular, fatores externos também podem comprometer a captação e, portanto, a irradiação pelo iodo-131, como, por exemplo, a competição com iodo não-radioativo e a supressão dos níveis de TSH devido à terapia com tiroxina (em alguns casos é administrado TSH recombinante).[3]

No Brasil, o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) detêm os diretos de produção do I-131 sob registro da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).

Referências

  1. I-131 Fact sheet Arquivado em 17 de junho de 2013, no Wayback Machine.. Nordion (em inglês)
  2. Kondev, F. G.; Wang, M.; Huang, W. J.; Naimi, S.; Audi, G. (2021). "The NUBASE2020 evaluation of nuclear properties" (PDF). Chinese Physics C. 45 (3): 030001. doi:10.1088/1674-1137/abddae.
  3. Rivkees, Scott A.; Sklar, Charles; Freemark, Michael (1998). «The Management of Graves' Disease in Children, with Special Emphasis on Radioiodine Treatment». Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism. 83 (11): 3767–76. PMID 9814445. doi:10.1210/jcem.83.11.5239 


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