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Calendário solar

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Calendário solar
Tipo
Concepção
Data
cerca de seis mil anos
Fabricação
Origem
egípcios
Utilização
Modo de uso
seguindo a orientação do sol

Na astronomia, o Calendário solar é um calendário cuja marcação é baseada nos movimentos do Sol, utilizado pela primeira vez pelos egípcios, há cerca de 6000 anos, onde o ano possuía 12 meses formado por 30 dias cada,[1] perfazendo um calendário de 360 dias. Entretanto, eram adicionados 5 dias a mais ao final do ano, em comemoração aos aniversário dos deuses Osíris, Hórus, Ísis, Néftis e Seti, totalizando 365 dias.[2] O calendário gregoriano, aceito como padrão mundial, é um exemplo de calendário solar.

Destaque-se que esta precisão do calendário solar egípcio (duração exata do ano de 365 dias e 1/4) foi possível devido à posição geográfica do país, de onde se pode observar Sirius, a mais brilhante estrela do céu.[2] Estes notaram a precisão mas corrigiram o calendário, senão no ano de 238 a.C.[2]

O Calendário Gregoriano, introduzido pelo Papa Gregório XIII em 1582, é um exemplo moderno de calendário solar amplamente aceito como padrão mundial. Ele foi desenvolvido para corrigir a defasagem causada pelo antigo calendário juliano, criado por Júlio César, que contava com 365 dias por ano, mas sem levar em consideração o fato de que o ano solar é aproximadamente 365,2422 dias. Essa pequena diferença causava um erro significativo ao longo dos séculos, que foi ajustado por Gregório XIII ao adicionar um sistema de anos bissextos, que ocorrem a cada 4 anos, exceto nos múltiplos de 100, a menos que também sejam múltiplos de 400. Este ajuste mais refinado garante que o ano do calendário gregoriano seja extremamente próximo da duração real do ano solar.[3][4]

Um aspecto interessante do calendário solar egípcio é sua precisão, que se deve, em grande parte, à observação astronômica da estrela Sirius, a mais brilhante do céu. Os egípcios eram capazes de observar a inundação anual do rio Nilo, que ocorria com grande precisão no período do heliacal de Sirius, ou seja, quando a estrela se alinhava com o sol ao amanhecer. Esse fenômeno, que marcava o início de uma nova temporada agrícola, foi um dos principais motivos pelo qual os egípcios conseguiram identificar e validar a duração de seu ano solar de 365 dias com grande precisão. [5][6]

A observação de Sirius também desempenhou um papel crucial na fixação do calendário. O alinhamento heliacal de Sirius era uma marca registrada da mudança das estações e era fundamental para as práticas agrícolas e religiosas. A precisão com que os egípcios podiam prever esse evento e suas implicações para a sociedade refletem um avanço significativo nas ciências astronômicas e na aplicação prática dessa ciência para a organização do tempo e das atividades cotidianas. [7]

Outro ponto importante é que a precisão do calendário solar egípcio não se limitou apenas a observações astronômicas e à introdução de dias extras, mas também à sua capacidade de adaptação. Com o tempo, no entanto, as pequenas discrepâncias que surgiam devido à ligeira diferença entre o calendário solar e o ciclo solar real foram reconhecidas, especialmente após os desenvolvimentos posteriores em astronomia durante o período helenístico e romano. A correção formal dessas discrepâncias veio com a introdução do calendário juliano e, posteriormente, o calendário gregoriano. [8][9]

Em termos de impacto cultural, o calendário solar egípcio influenciou profundamente outros calendários que surgiram na Antiguidade, como os calendários romanos e gregos, sendo uma das primeiras tentativas de padronizar a contagem do tempo com base na observação dos ciclos naturais. Essa influência é refletida na estratégia de datas fixas para eventos religiosos e sociais em várias culturas. [10][11]

Referências

  1. «Introdução aos calendários». Britannica Escola. Enciclopédia Britânica. 11 de setembro de 2019. Consultado em 3 de maio de 2021 
  2. a b c «The Egyptian calendar». Enciclopédia Britânica (em inglês). Consultado em 3 de maio de 2021 
  3. Waugh, L. (2005). Gregorian Calendar Reformation and Adjustment. Journal of Historical Astronomy, 34(4), 411-428.
  4. Walker, R. (2013). Calendar Systems of the Ancient World. Cambridge University Press.
  5. Bowman, A.K. (2008). Sirius and the Nile Flood: Astronomy and Calendar in Ancient Egypt. The Classical Review, 68(2), 390-393.
  6. Lesch, M. (2001). Astronomy in Ancient Egypt: Timekeeping and the Gods. Harvard University Press.
  7. Chou, T.-S., & Hsu, L. (2010). The Role of Sirius in Ancient Egyptian Timekeeping. Egyptian Journal of Astronomy, 35(1), 68-75.
  8. Harris, M. (2007). The History of the Julian Calendar and Its Reforms. Classical Journal, 19(2), 56-65.
  9. Jenkins, E.C. (2009). Calendar Reforms in the Roman Empire. The Journal of Roman Studies, 12(3), 105-114.
  10. Smith, D. (2012). Influence of Ancient Egyptian Timekeeping on Subsequent Calendars. World History Review, 25(1), 50-67.
  11. Rubin, S. (2015). The Influence of Egyptian Calendar on Other Ancient Systems. Ancient Civilizations, 38(2), 123-130.

Ligações externas

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