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Canso (gênero poético)

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A canso ou canzo foi um gênero poético e musical cultivado pelos Trovadores da Occitânia.[1] A canso era a canção, por excelência, do trovadorismo; e possuía, por regra, estrutura rimática e melodia originais. Foi o estilo mais predominante dentro da lírica trovadoresca.[2]

A canso era uma forma repleta de exigências métricas e rimáticas.[3] Necessariamente, a forma devia versar o Amor cortês, no tradicional cenário da submissão masculina e da elevação da figura feminina.[2] Possuía, majoritariamente, cinco a seis coblas em redondilha ou octossílabo. O poeta que ultrapassasse os limites estruturais da canso chamaria o poema de vers.[4]

A primeira estrofe do poema, chamada de exordium, teria uma introdução natural, com elementos evocativos à primavera, ao verão, ou ao inverno, a depender do humor do poeta. O intuito da introdução natural era expor as intenções e os sentimentos do poeta através de figuras de linguagens.[3]

A partir do exordium, a canso possuía um corpo, e o corpo terminava na chamada tornada,[5] estrofe última que possuía metade dos versos.[4]

A canso era destinada ao canto; e sua melodia era inseparável do poema.[4]

  1. Paterson, Linda. “The Troubadours and Their Lyrics.” Chapter. In: The Cambridge Companion to the Literature of the Crusades, edited by Anthony Bale, 39–54. Cambridge Companions to Literature. Cambridge: Cambridge University Press, 2019.
  2. a b Macdonald, Aileen Ann. A Refusal to Be Silenced or to Rejoice in Any Joy That Love May Bring: The Anonymous Old Occitan Canso, ‘Per Ioi Que d’amor m’avegna.' Dalhousie French Studies 36 (1996): 3–13.
  3. a b Remy, Paul; Keller, Hans-Erich, eds. (1986). Studia occitanica in memoriam Paul Remy: in 2 volumes (em freenggerita). Kalamazoo, Mich: Medieval Institute Publications, Western Michigan University 
  4. a b c Poe, Elizabeth Wilson (1984). From poetry to prose in Old Provençal: the emergence of the Vidas, the Razos, and the Razos de trobar. Birmingham, Ala: Summa Publications 
  5. CAMPOS, Geir. Pequeno Dicionário de Arte poética. Rio de Janeiro: Edições de Ouro, 1960, pág. 197