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29/01/2001
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03h51
THOMAS TRAUMANN
da Folha de S.Paulo
O ativista franc�s Jos� Bov� e o l�der do MST, Jo�o Pedro Stedile, que na sexta-feira participaram da destrui��o de 2 hectares de soja transg�nica em uma fazenda da empresa Monsanto ser�o citados em processo pedido pela empresa.
Nesta semana, a Monsanto deve pedir a abertura de inqu�rito policial para investigar os danos feitos pelos mais de mil sem-terra que ocuparam por 20 horas uma fazenda de testes de biotecnologia no interior do Rio Grande do Sul.
Pelo Estatuto do Estrangeiro, Bov� pode ser indiciado pela Pol�cia Federal e, em tese, proibido de retornar ao pa�s. Ontem, durante visita a um assentamento do MST em Nova Santa Rita (45 km de Porto Alegre), ele disse que "gostaria muito de ser processado pela Monsanto".
"Teria oportunidade de voltar ao Brasil e dizer nos tribunais como � importante lutar contra os transg�nicos."
O MST teme o que considera uma persegui��o da PF. Desde que foi criado no ano passado um departamento especial para cuidar de conflitos no campo, mais de 40 sem-terra foram indiciados, acusados de crimes que v�o de depreda��o de pr�dio p�blico � forma��o de quadrilha. Stedile disse que n�o est� preocupado com processos da Monsanto.
A empresa deve definir tamb�m nesta semana se entrar� com processos de indeniza��o e por cal�nia contra Stedile e Bov�. Os dois acusam a empresa de estar vendendo sementes de soja transg�nicas (modificadas geneticamente). A lei brasileira n�o permite a venda de transg�nicas, mas autoriza empresas a manterem lavouras de testes. O campo destru�do da Monsanto era autorizado.
O assentamento que Bov� visitou ontem � um dos pioneiros na produ��o de alimentos org�nicos (sem agrot�xicos). Em tr�s anos, o MST espera que toda a propriedade seja de produ��o org�nica.
Este ser� o terceiro processo contra o franc�s Bov�, que ficou conhecido em 99 ao liderar a destrui��o de uma loja do McDonald's. Ele foi condenado a um m�s de pris�o, mas recorreu.
Ex-estudante de filosofia que fez cursos em Harvard, Bov� virou criador de ovelhas em 1975, quando apoiava um movimento pela desapropria��o de um campo militar. Os agricultores acabaram ganhando a disputa, e Bov� fundou a Confedera��o dos Camponeses.
Em 1998, a Confedera��o queimou lavouras de arroz transg�nico da Novartis. Bov� foi condenado, mas tamb�m recorreu. Ele indicou representantes do MST como suas testemunhas de defesa para "demonstrar que a luta contra os transg�nicos e a perversidade da globaliza��o � mundial".
Monsanto quer processar Bov� e Stedile por invas�o a fazenda
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da Folha de S.Paulo
O ativista franc�s Jos� Bov� e o l�der do MST, Jo�o Pedro Stedile, que na sexta-feira participaram da destrui��o de 2 hectares de soja transg�nica em uma fazenda da empresa Monsanto ser�o citados em processo pedido pela empresa.
Nesta semana, a Monsanto deve pedir a abertura de inqu�rito policial para investigar os danos feitos pelos mais de mil sem-terra que ocuparam por 20 horas uma fazenda de testes de biotecnologia no interior do Rio Grande do Sul.
Pelo Estatuto do Estrangeiro, Bov� pode ser indiciado pela Pol�cia Federal e, em tese, proibido de retornar ao pa�s. Ontem, durante visita a um assentamento do MST em Nova Santa Rita (45 km de Porto Alegre), ele disse que "gostaria muito de ser processado pela Monsanto".
"Teria oportunidade de voltar ao Brasil e dizer nos tribunais como � importante lutar contra os transg�nicos."
O MST teme o que considera uma persegui��o da PF. Desde que foi criado no ano passado um departamento especial para cuidar de conflitos no campo, mais de 40 sem-terra foram indiciados, acusados de crimes que v�o de depreda��o de pr�dio p�blico � forma��o de quadrilha. Stedile disse que n�o est� preocupado com processos da Monsanto.
A empresa deve definir tamb�m nesta semana se entrar� com processos de indeniza��o e por cal�nia contra Stedile e Bov�. Os dois acusam a empresa de estar vendendo sementes de soja transg�nicas (modificadas geneticamente). A lei brasileira n�o permite a venda de transg�nicas, mas autoriza empresas a manterem lavouras de testes. O campo destru�do da Monsanto era autorizado.
O assentamento que Bov� visitou ontem � um dos pioneiros na produ��o de alimentos org�nicos (sem agrot�xicos). Em tr�s anos, o MST espera que toda a propriedade seja de produ��o org�nica.
Este ser� o terceiro processo contra o franc�s Bov�, que ficou conhecido em 99 ao liderar a destrui��o de uma loja do McDonald's. Ele foi condenado a um m�s de pris�o, mas recorreu.
Ex-estudante de filosofia que fez cursos em Harvard, Bov� virou criador de ovelhas em 1975, quando apoiava um movimento pela desapropria��o de um campo militar. Os agricultores acabaram ganhando a disputa, e Bov� fundou a Confedera��o dos Camponeses.
Em 1998, a Confedera��o queimou lavouras de arroz transg�nico da Novartis. Bov� foi condenado, mas tamb�m recorreu. Ele indicou representantes do MST como suas testemunhas de defesa para "demonstrar que a luta contra os transg�nicos e a perversidade da globaliza��o � mundial".
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